Quem pode gabar-se e sobrepor-se ao pródigo filho na parábola bíblica? Este pediu ao seu pai sua parte na herança e lançou-se ao desperdício. Gastou todo o dinheiro em uma vida de pecado. Quando chegou a fome o jovem não teve como saciar a sua necessidade mais fundamental. Caindo em si, lembrou-se de seu pai, e decidiu pedir para trabalhar com os outros servos. Seu pai o aceitou e festejou sua volta e o fez estar como filho, não como servo.
Na narrativa segundo escreveu Lucas no capítulo 15 a partir do verso 11, o filho é descrito como imaturo, irresponsável, insensível e inconseqüente. Abriu mão do melhor para experimentar o novo, o desconhecido. E nós também somos assim. Nós que conhecemos o Pai, que sabemos o quão confortável são seus ombros, que provamos dos sabores caseiros de sua mesa, que descansamos nos cômodos silenciosos de sua morada, que já habitamos à sombra de suas asas e sob os seus cuidados. Nós também somos pródigos. Mas como?
Quanto tempo desperdiçado de nossas curtas vidas com pecados tão demorados. Quanto tempo empenhado para vícios secretos que arruínam nossos dias. Quantas armas que poderiam ser úteis e as tornamos brinquedos de nossos deleites. E as pessoas que nos relacionamos que poderiam conhecer o Pai através de nós, mas só os fazemos conhecidos dos nossos pecados e desejos iníquos.
Que o Espírito nos faça cair em si e lembrar que na casa do Pai existem trabalhadores melhores que nós. Que Ele nos faça entender que não se pode voltar à Casa do Pai exigindo direitos de filho. Todos os nossos direitos foram desperdiçados. Mas se voltamos, como servos, arrependidos, humilhados e famintos o Pai irá nos restaurar.
Ao observar a vida do irmão do pródigo na parábola - aquele que reclamou com o Pai sobre o fato de nunca ter sido festejado por sua fiel presença - duas coisas ficam claras. A primeira é que este fiel filho era realmente fiel. Ser um filho como este, que não tem coragem de deixar a presença do Pai em busca do nada é ser vencedor. Mas a segunda coisa que este filho me revela consegue inquietar-me. O fato deste irmão não se alegrar com a volta do irmão e questionar seu pai sobre sua própria festa, revela o coração inseguro, vulnerável e propenso deste filho vindo a ser mais um pródigo da cada do Pai. Contudo acredito que o filho pródigo, ao voltar a sua casa, numa tarde de domingo, tomando café na varanda, conversando sobre a vida com seu irmão fiel, certamente o dirá: “Quer um conselho meu irmão? Já fui em vários lugares e provei muitos prazeres, mas nenhum prazer se compara em estar aqui com você e com nosso Pai”. Logo o coração fiel será envolto de certeza e seu ânimo renovado.
Hudson Almeida, que sabe o que é desperdiçar, mas quer investir naquilo que trará bons frutos.
2 comentários:
"Quer um conselho meu irmão? Já fui em vários lugares e provei muitos prazeres, mas nenhum prazer se compara em estar aqui com você e com nosso PAI"...
Sabe, podem ate dizer que estou errada. Mas esta parábola me mostra o quanto nós somos ingratos, nunca estamos satisfeitos com o que temos, nada é suficiente, não valorizamos o que temos e as pessoas que estão ao nosso redor. Estamos sempre achando que essa "vidinha" que vivemos há tantos anos já está chata demais e precisa de um algo mais. Quantas vezes pensamos ou sentimos vontade de largar tudo que está a nossa volta pra sair por aí e conhecer gente nova, lugares novos, saímos do 2ºgrau e queremos estudar em uma faculdade longe da cidade onde moramos, porque não aguentamos mais ver a cara das mesmas pessoas, não aguentamos mais nossos amigos tão fúteis ou tão soberbos ou tão "limitados" com relação ao conhecimento geral. Quando temos tudo, queremos o nada e quando nada temos, queremos tudo. E assim, desperdiçamos nosso tempo e esquecemos de olhar ao nosso redor e ver como Deus é perfeito, esquecemos de agradece-lo por tudo, esquecemos de pedir misericórdia pela nossa ingratidão. Preferimos aprender com nossos próprios erros do que com o erro dos outros. Ah, desculpa! A nossa natureza é pecaminosa não é mesmo?!?!?!
E, então, vamos errar??? Vamos pecar?? Vamos desagradar o coração do PAI, Ele nos receberá com festa mesmo.(Tom de ironia). Eu colocaría aqui minha oração neste momento, mas vou me limitar deixando uma frase, não vou dizer versículo, porque não quero direcioná-la a uma parábola e sim a parte de minha oração diária. "Jesus, filho de Davi tem misericórdia/Compaixão de mim"
Postar um comentário