3 de agosto de 2012

Teologia dos Pés

Eu não tenho uma experiência espiritual tão forte como teve o Apóstolo João, segundo relatado em seu livro A Revelação - Apocalipse. Dentre todas as experiências narradas por ele, considero mais forte aquela onde ele vê o Senhor Jesus e cai aos seu pés, tamanha a Glória de presença divina. Essa passagem me faz chorar e adorar a Jesus ansiando por um momento como esse.

Porém, com minha não tão avançada idade, reconheço que tenho Jesus cada vez mais visível ao longo da minha vida. Sempre que sinto seu amor em me perdoar quanto cometo erros e pecados; quando sinto sua graça em me renovar na constante frieza que me segue neste árduo caminho. Mas o que me faz conhecer mais o Senhor Jesus é quando luto contra mim mesmo, quando venço minhas concupiscências e renego meu ego narcisista. É ai que vejo Jesus mais claramente perto e entranhando-se ao meu ser.

Há um tempo atrás, eu me veria brigando, defendendo-me, lutando pela verdade, argumentando conforme os escritos. Sim, eu não daria bandeira branca, nem descansaria meu pé enquanto não visse meus "inimigos" derrotados. Mas hoje, sei que meus inimigos não são as pessoas que caluniam, que mentem, que aumentam, que deturpam, que denigrem, que compentem, que invejam, que esperam a queda, que anseiam por más notícias. Por conhecer mais Jesus, sei que meu inimigo sou eu mesmo, minhas vontades, minha soberba, minha incompreensão, meu ser carnal. Logo, sabendo disso, não vejo porque guerrear contra gente que se nomeia meu adversário. So guerreio contra um, e este ja está vencido (falo do cão).

Por isso, por querer ver mais Jesus, opto pela prática da paciência, do perdão, do abrir-mão, do doar. Porque eu tenho visto O Cristo. Não como João O viu. Mas pelo menos eu tenho a liberdade de ver seus pés e ali adorá-lO, derramando minha vida, minhas inquietações, as injustiças e minhas próprias dores. Quem já viu os pés de Jesus não se ocupa de brigar por coisas, por assuntos inúteis, por teologias baratas, por defesas de si-mesmo. Quem já viu os pés de Jesus só quer ficar ali, quietinho, adorando e, mesmo que mal interpretado por alguns que dizem que eu não deveria estar ali, ignoro os comentários tolos de quem nunca soube o quanto faz bem estar diante do Nazareno. 

Enquanto alguns ocupam-se de proteger suas verdades, de lutar por suas moedas de prata, de garantir seu luxuoso modo de vida inútil e esbanjador, de manter seus ensinos vazios disfarçados de poder de Deus, de usar palavras e chavões que "legitimam" suas mensagens sem evangelho... Eu, prefiro ficar aos pés de Jesus, porque ali é o lugar para os despreparados espiritualmente, para os que não sabem lidar com toda pompa religiosa, para os que são pecadores e assumidamente declaram-se. Pois conhecendo os pés de Jesus, estou bem perto de conhecer o seu rosto e, como João, cair aos seus pés.
E isso, me basta.

24 de fevereiro de 2012

A Sinceridade de João e as crianças.


- Vamos continuar a aula de ontem.

- Vovô, vovô, fala sobre Jesus.

- Jesus é a razão de estarmos aqui.

- O Senhor andava muito Ele?

- Todos os dias.

- E Ele andava muito?

- Risos! - E como andava! Onde tinha gente, ele estava lá. Gostava de estar no meio de todos.

- E curava todos os doentes?

- Todos, não havia um sequer que Ele não pudesse curar.

- Até os coxos?

- Até os leprosos!

- Que isso? Ele falava com os leprosos?

- Ele abraçava os leprosos, os samaritanos, os piores pecadores.

- Jesus era bom, né vô João?

- Nem sempre! Na visão de alguns Ele era muito ruim.

- Ele maltratava as pessoas?

- Ele combatia a falsidade, a mentira, a hipocrisia...

- O que é hipocrisia vovô?

- E fingir ser bom. É mascarar a realidade. É tudo que Ele menos gosta.

- Vovô, vovô, Jesus morreu na prisão?

- Não, foi na cruz – outra criança.

- Isso, Ele se entregou na cruz voluntariamente.

- Ele voltou a viver?

- Sim. Está vivo agora, pertinho de nós.

- Só que agora Ele é invisível né?

- Sim, a gente ainda não O vê, mas o veremos como Ele é.

- O que o senhor mais gostava em Jesus vovô?

- Ah, Jesus! Meu Senhor, meu amigo, meu mestre. Eu gostava de aprender. Não havia um momento se quer que Ele não estivesse ensinando.

- Ele era professor também?

- Sim, e que professor! Até em silêncio Ele nos ensinava algo.

- E Jesus gostava de crianças?

- Crianças? Ele amava estar com crianças como vocês. Ele disse que pra entrar no céu

todos nós adultos deveríamos ser como crianças...

- Eu quero ser criança pra sempre Vovô!

- Eu também!

- Eu também!

- Vovô, o senhor viu Ele morrer?

- Vi. Eu estava de frente pra Ele. Ele estava pendurado no madeiro, sem forças até pra falar... Mas a melhor imagem que tenho dEle foi vendo-O glorificado, exaltado nos céus e com poder e glória. Quando eu O vi caí aos seus pés, fiquei sem forças.

- Jesus gostava do senhor vovô?

- Jesus tinha tanto amor pra dar que todos se sentiam amados por Ele. Eu sempre estive bem perto, queria aprender o máximo que podia com Ele. Tinha momentos que eu não resistia e O adorava diante de todos. Quando eu estava muito triste, recostava minha cabeça em seu peito e descansava ao lado do meu Mestre...

- Vovô, o senhor tá chorando?

- Ahh sim, são lembranças muito fortes e boas... sempre me emociono.

- O senhor sente falta de Jesus, vovô?

- Sempre que me sinto só, eu falo com Ele. Falo com Ele todos os dias. E sei que em breve eu O verei novamente. É tudo o que eu mais quero.

- Eu também vovô!

- Eu também!

- Bom, vamos começar a aula de hoje. Vamos falar sobre o amor...

Hudson Almeida, imaginando como seria aprender da boca do apóstolo do amor sobre a vida do Senhor da Vida.

11 de janeiro de 2012

O pregador, o Mendigo e Jesus

Por Hudson Almeida,
numa noite em meu pensamento



Tá o pastor, no ponto de ônibus, aguardando o coletivo para seguir em frente após mais um culto na campanha “7 dias para prosperar”. O religioso sempre pegava o último ônibus rumo à sua modesta casa devido ao fato de ser o último a sair do templo. Propositalmente o fazia. Tinha vergonha de ser visto pelos membros entrando num ônibus.

Sozinho, aguardava a chegada daquele que o levaria até o seu lar (terreno). E ali, num protelar tedioso, vê um mendigo noviço – pois não o vira naquele ponto antes – aproximando-se com sua latinha de moedas atestando ter intenção de conversar.

Mendigo – Olá Pastor.

Pastor – Oi

Mendigo – O senhor é pastor da “Igreja Evangélica Conservadora Neo-Reformulada no Contexto Global”?

Pastor – Não. Sou da “Igreja Evangélica Conservadora Neo-Reformulada do Reino Dispendioso em Vida”.

Mendigo – É que os nomes são parecidos!

Pastor – Mas nós somos diferentes em vários aspectos teológicos de suma importância ao contexto cristão.

Mendigo – Eu sei. Hoje em dia as divergências relativizadas são motivos para o surgimento de novas congregações.

Pastor – Hã?

Mendigo – O que?

Pastor – Você já foi crente?

Mendigo – Eu sou.

Pastor – Mas assim, mendigando?

Mendigo – Eu posso ser Jesus, disfarçado de mendigo, testando sua caridade.

Pastor – Meu filho, eu não tenho nada pra te ofertar. Infelizmente meu dinheiro está no banco e só tenho o Rio-Card aqui.

Mendigo – Mas eu não entendo Pastor.

Pastor – O que?
Mendigo – Hoje no culto, o senhor falava da campanha “7 dias para prosperar” e desafiava os ouvintes a crerem que iram ficar prósperos em todas as áreas de sua vida.

Pastor – Sim, e?

Mendigo – Bem, é que o senhor não me parece do tipo próspero. O senhor utiliza ônibus, tem rio-card, não tem uma pratinha pra abençoar o pobre mendigo...

Pastor – Pois saiba que você também não me parece ser mendigo.

Mendigo – Por quê?

Pastor – Bem, seu português é bem mais correto que o da média brasileira, sua argumentação é peculiar a oradores experientes e seu conhecimento de causa é bem mais amplo que o de um mero observador de rua.

Mendigo – Mas eu sou mendigo sim. Não tenho onde morar, o que vestir ou o que comer. Vivo das esmolas que ganho durante o dia.

Pastor – Mas eu também sou próspero sim! Tenho uma linda família, um bom emprego, paz no coração e uma mente guiada pelo espírito.

Mendigo – Ah, mas eu estou falando da outra prosperidade, reverendo.

Pastor – Só conheço uma.

Mendigo – Não foi isso o que o senhor disse no sermão hoje.

Pastor – Anda assistindo os meus sermões?

Mendigo – Sentado na calçada o reverb me alcança.

Pastor – Olha você só pode estar me testando mesmo.

Mendigo – Eu lhe disse.

Pastor – Toma aqui um trocado, e tenha uma boa noite.

O mendigo pega sua esmola, dá alguns passos e pára virando-se para o pastor.

Mendigo – Pastor, não se preocupe, eu não sou Jesus.

Pastor – Por via das dúvidas, não é bom arriscar. Não me surpreenderia se fosse.

Mendigo – Pois eu sim. Sempre ouço dizer que vocês são os representantes de Jesus aqui na Terra. Mas hoje eu comprovei que isto não é bem assim.

Pastor – Está insinuando que eu não tenho Jesus?

Mendigo – Não é isso. Só acho quem parece com Jesus deveria pregar o que vive e viver a realidade do que prega.

Pastor – O seu problema é por eu não ter um carro do ano, uma mansão ou muito dinheiro no bolso né?

Mendigo – Não, não. É que há nove dias eu venho assistindo a campanha de 7 dias para prosperar e nada mudou em minha vida.

Pastor – Mas meu filho eu...

Mendigo – E nem na sua pastor. Boa noite.

Sai o mendigo. Chega o ônibus e o pastor, perplexo, sobe no coletivo e senta no banco da frente, pensando em sua vida, suas mensagens e se o mendigo realmente era ou não o próprio Jesus.

22 de novembro de 2011

Ame, perdoe, sorrie, supere, abrace, festeje, sinta, respire, enxergue, relaxe, anime-se, persevere e viva...


Ganhar um presente que ninguém pode comprar. De valor inestimável. De fórmula secreta. Não se soube com se fez. Mas sente-se muito quando se perde. O presente que todos recebem uma única vez. E não se deve desperdiçar. Cuidar para ter por muito tempo, e usar tão bem de forma a eternizar momentos. Esse presente é vida. O Maestro da sinfonia existencial nos deu. Todos nós a temos. Um mais, outros menos. Uns por longos anos, outros por alguns momentos. Mas todos a recebem. E a usam como querem.

Vida, só temos uma aqui. Vai desperdiçar? Ame, perdoe, sorrie, supere, abrace, festeje, sinta, respire, enxergue, relaxe, anime-se, persevere e viva...

ByHood

17 de julho de 2011

Meus amigos

Desculpe-me se hoje não fui um bom amigo. Desculpe-me. E se eu não te abracei ou apertei sua mão, é porque hoje me faltou um abraço, ou um singelo cumprimento. Se não falei contigo, ao menos boa noite, é que minha noite não foi tão boa.

Sei que você precisa de um pouco da minha atenção. Mas é que hoje eu também precisei. Vinha sendo um bom amigo, mas de repente mudei, pareço distante. Mas ainda sou o mesmo. Só precisava que fossem um pouco diferente comigo também. Que entendessem que também preciso de amigos, de abraço, de ouvidos, de presença.

Desculpe-me, mas é que hoje não posso ser o bom amigo, antes, preciso dos melhores. É como um rio que baixou sua fluente, como a luz do dia que foi tampada por uma nuvem escura. Mas a nuvem, por maior que seja, não é maior que o sol. Logo o sol vai brilhar outra vez. Por enquanto, só resta esperar ela, a nuvem, passar. E quando o sol brilhar de novo, tudo volta. Mas se saberá que há nuvens, apesar do mais quente sol. E que amigos precisam uns dos outros, apesar da força. E que sorrisos precisam de alegria, apesar da graça. E que não sou tão bom assim, a ponto de não precisar de vocês: meus amigos!

Hudson Almeida


"Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." João 15.13-15

16 de junho de 2011

Uma breve Oração

Só um abraço teu resolveria
Um carinho de tuas mãos é o que eu mais queria
Não queria presentes nem elogios
Apenas sentir tua presença e poder chorar em teus ombros

Falaria pouco ou nada
Mas ficaria eu teus braços, meu pai
Por que neles me sinto seguro
Ali há refrigério pra minha alma

Não te faria perguntas
Não te pediria nada
Apenas ficaria em teus braços

Bom Deus e Pai
dependo tanto de ti
Pois uma vez ja estive contigo
e sempre volto pra tua presença

Corro sedento pras tuas águas
Não tenho pra onde ir
Contigo eu quero sempre estar
Contigo me sinto feliz


Deixe-me ficar contigo bom pai
Deixe-me repusar em ti
Pois a vida pesa nos ombros
Os pés incham de caminhar
Os olhos ardem da poeira no vento
E o coração em nada se satisfaz

Deixe-me ficar contigo bom pai
Pois contigo me sinto feliz

Amém.

11 de junho de 2011

Quantas Horas tem o seu Dia?

Um dia solar tem 24h. E você pode tirar umas 8h ou 9h de sono e lhe sobrariam em média 15h. Dessas horas restantes, você ainda usa algumas para preocupar-se, estressar-se com os problemas. Ainda gasta um tempo com a ansiedade por coisas que não fez ontem e pelas coisas que terá de fazer amanhã. Digamos que lhe sobrem 12h. Nessas horas você deve investir em média umas 9h para trabalhar. Digamos que você ainda gasta umas 2h no transito e com outras coisas a mais. Você ainda tem 1h. E o que você faz com essa hora que te restou?

Nossa administração do tempo, por mais organizada que seja, não é capaz de garantir-nos uma qualidade de vida. Ainda mais quando somos surpreendidos por notícias ruins. Você está está investindo (acredito!) um tempinho ao ler este texto. Mas se for um texto que não lhe cause alguma reflexão ou que te inspire em alguma ação, será mais um tempo perdido. E cada minuto que nós perdemos do nosso dia, somam-se a outros minutos que formam dias dos nossos anos e anos de nossas vidas. E quando nos demos conta disso poderá ser muito tarde.

Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância!". Ele disse isso porque vivia de modo abundante. Morreu aos 33 anos, e viveu tanto que nossas idades somadas não se comparam com sua qualidade de vida. Mas o que fez Jesus viver tanto em tão pouco tempo? Será que foi uma dieta nutricional balanceada? Ou sessões de academia para manter a forma? Ou quem sabe o acesso a cultura para ocupar e desenvolver a mente? Não, nada disso. Jesus viveu de forma plena pois não viver para si mesmo. Ele viveu em favor de outros. Ele doou sua vida para muitos. Se ocupava em amar, perdoar e ensinar. Isso fazia dele um profeta excelente. Alguém que as pessoas gostavam de estar perto.

Logo, não deveríamos ocupar-nos de alcançar longevidade. Mas sim, vida em abundância. E sabe-se que está vivendo desta forma quem não carrega o fardo da mágoa, quem trata a todos igualmente sem discriminação, quem sabe ouvir mais do que falar. Ao acordar, investir um ato de amor a quem mora com a gente, todos os dias. Pedir perdão quando cometer um erro sem esperar que o tempo passe. Esta é a mecânica da vida abundante. E só consegue viver assim quem se encontra com o Mestre todos os dias, em oração e adoração. Pois Ele sabe, e pode nos fazer viver a nova vida preparada pra nós.

O maná no deserto era para um dia. Jesus disse que não deveríamos viver ansiosos pelo amanhã. Um dia para Deus é como mil anos... O dia é muito importante para Deus, deveríamos vivê-lo melhor.

Hudson Almeida

9 de junho de 2011

Cuidado ao ministar!!

Quem aqui lembra de uma época em que nas Assembléias de Deus o Pastor abria a harpa cristã e entoava as canções, mesmo sem ter nenhuma aptidão musical? As músicas seguiam sem ritmo, começando num tom e terminando em outro. Hoje em dia as coisas mudaram um pouco. Com o surgimento do movimento gospel no Brasil por volta dos anos 90, surgiram também nas comunidade evangélicas os ministérios de louvor. Com isso, uma figura central liderava o louvor, o minsitro de louvor. Agora já não era mais o pastor quem abria os cultos e sim grupo de música com um líder vocal. Coisas boas aconteceram após essas mudanças, mas também há de se admitir que muitos exageros tomaram conta dos cultos em nossas igrejas.

Eu selecionei os 5 erros mais comuns que acontecem nos ministérios de Louvor e que podem ser evitados com algumas reflexões e boas escolhas.

1 - O ministro não é um animador de palco. Alguns ministros mais parecem animadores do que líderes de louvor. Quando pegam o microfone, acompanhado da bateira e dos outros instrumentos, começam a lançar uma séries de ordens para igreja. Exemplos: "Vire pro seu irmão e diga..." ou "Quem ta feliz com Jesus faz isso ou aquilo..." e ainda "Se você veio aqui para adorar faça muito barulho!". Todas essas ações são características de animadores de palco. Podem atrapalhar o mover do Espírito e bloquear a livre expressão da igreja. Talvez nosso louvor esteja tão chato e artificial que a igreja nem mais aplaude ao Senhor sem que alguém peça.
A igreja não deve aplaudir por que você, ministro, pediu. A igreja aplaude ao Senhor voluntariamente quando movida pela presença do Senhor. Barulho, palavras de motivação ou ordens de ação não trazem a presença de Deus. O que traz a presença de Deus é ter uma vida separada, em oração e prática das boas obras que Cristo nos ordenou. Vale lembrar também que piadinhas durante o culto não (ou nem sempre) funcionam. Evite-as.

2 - Não fale muito ao ministrar. Tem pessoas que quando ministram o louvor falam tanto que a congregação se cansa de ouvir. O ministro de louvor não é o pregador ou encarregado do sermão no culto. A função do ministro é de simplesmente fazer com que a igreja entoe canções ao Senhor de forma saudável e em conjunto. Mas tem ministros que se acham no direito de pregar, exortar, e "profetizar" a congregação, tanto que se esquecem de cantar. Sei que algumas canções nos impulsionam a falar de Deus, mas a canção deve falar por si só. Escolha as canções que contenham as mensagens do evangelho, centralizadas em Cristo, que tenham letras edificantes e proféticas. A igreja está em pé e se você fala, fala, fala, ela acaba sentando. E o que deveria ser um livre momento de adoração com cânticos torna-se exaustivo pra uma platéia frustada.

3 - Só fale versículos que você conhece. O melhor é estudar o versículo e decorá-lo. Quando não der tempo, leia durante o louvor. Mas se estiver em dúvida é melhor não fazer. Algumas vezes acabamos por falar coisas que não estão na bíblia. Um dia desses ouvi um ministro de louvor dizer: "Deus vai cumprir as promessas que ele te fez mesmo se você morrer!". E em outro caso: "E Deus disse para Moisés, olha pro céu e conta as estrelas...". É muito importante ter certeza de que a nossa inspiração bate com a bíblia. Geralmente cometemos os maiores erros nos dias de maior inspiração.

4 - Cante a música que você sabe a letra. Uma vez ao cantar eu tive dúvida num trecho da música, mas decidi cantá-la pois eu iria acompanhá-la no projetor de slides. Então no momento em que eu lia a letra da música, a pessoa do slide atrasou para avançar a letra e eu fiquei na mão. Nem eu cantei, nem o vocal, nem a igreja e acho que nem os anjos. Daí passei a ser mais rigoroso ao escolher canções dando preferências àquelas que eu conhecia a letra.

5 - A igreja deve cantar . Ao contrário de uma apresentação solo, o ministério de louvor tem a função de fazer a congregação cantar. As canções não precisam ser as 10 mais da rádio fm, mas também devem ser canções de fácil interpretação e com mensagens claras e objetivas. Deve-se ter muito cuidado ao escolher as músicas. Têm músicas que funcionam bem num culto e em outro não. Por que? Por que quanto menor o número de pessoas na igreja menos pessoas que podem conhecer as músicas. Deixe as músicas mais novas, ou mais difíceis para os dias em que houverem mais pessoas na igreja. Em reuniões onde há poucas pessoas, escolha músicas mais conhecidas e comum a todos. O importante é ouvir a igreja cantando com o grupo.

Ao invés de show, fazemos culto. Ao invés de platéia, lidamos com adoradores. Ao invés de artistas, somos servos.

Se um líder de música conseguir seguir estas 05 dicas básicas, vários problemas serão evitados no momento do louvor. E eu só escrevi estas dicas por já ter cometido todos esses erros. Experiência própria!

Hudson Almeida.

31 de maio de 2011

Assumindo o Ministério de Jesus

Seria possível alguém assumir o ministério de Cristo? Certamente ninguém pode assumir o ministério da redenção operado e finalizado por Cristo. Mas a sua obra na Terra foi o que Ele mais quis que nós déssemos prosseguimento. Logo, acredito ser possível alguém assumir o ministério de Cristo, dando prosseguimento à sua obra.

Hoje é muito comum ouvir as pessoas dizerem ter um ministério ou um chamado específico. Quantos ministérios conhecemos hoje? Inúmeros! Alguns são pregadores, outros cantores, outros coreógrafos, outros músicos, outros pastores, outros bispos, outros apóstolos e tantos e tantos e tantos. Mas, e Jesus? Qual era o ministério de Jesus? Quais eram suas habilidades? Precisamos saber isso para assumirmos o ministério deixado por Ele.

Antes de assumir o ministério de Jesus, preciso entender o que é ministério. Ministério é serviço, ministro é servo. Jesus veio a este mundo para nos servir o amor e a graça de Deus. E nós o correspondemos servindo-O. Jesus foi a pessoa mais marcante que já pisou nesta Terra. Ele amou a todos, perdoou seus inimigos, serviu aos pequeninos, curou os doentes, dou sua vida aos outros. E o doar de sua vida não se deu somente na cruz, quando morria por nós. Ele doou todos os 33 anos de existência para compreensão, dedicação e serviço aos homens. Foi o mais humilhado. Foi injustiçado. Foi mal compreendido e abandonado. Porém hoje é o mais exaltado, julgará a todos, falará e todos entenderão e viverá para sempre com sua noiva – a igreja.

Se Deus chegasse no parapeito do céu e dissesse: “Hudson, assuma o ministério do meu filho Jesus na Terra”. Bom, muita coisa mudaria. Confesso que assumir o ministério de Cristo implicaria em mudar radicalmente o meu estilo de vida. Começaria com o Amor que Ele amou a todos. Eu deveria amar sem preconceitos, sem diferenças, sem exigências e sem escolhas. Teria que escolher amar a todos, até aos que me fazem mal. Depois, teria que resolver todas as questões pendentes, perdoar a todos que me ofenderam e pedir perdão a todos que ofendi. Então trataria o meu egoísmo. Tudo que faço pensando em mim, passaria a ser pensado em favor de todos. Tudo o que eu fizesse, inclusive o simples ato de dormir, não poderia prejudicar ninguém. Se possível minhas atitudes deveriam resultar em benefícios a todos. Não haveria ego que resistisse ao doar em amor. Já não me preocuparia em trabalhar tanto para adquirir e consumir bens ou para ajuntar alguns trocados. Tudo o que eu conseguisse com meu trabalho seria para alimentar a mim igualmente a todos que estivessem ao meu redor. Ninguém próximo a mim poderia sentir fome ou comer menos que eu. Ninguém. Minhas pesquisas, especializações e estudos seriam nos assuntos que pudessem contribuir diretamente com o próximo. Teria que viver uma vida de servo, servindo aos meus irmãos sem esperar ser servido. Então eu começaria a entender o que é ministério.

Esse tema nos deixa um nó na garganta. E tem deixado uma ferida no coração de Deus. As pessoas dizem: “Onde está Deus que não vem nos ajudar?”. E nós sabemos que Deus está entre nós, andou aqui na Terra, se fez conhecido a nós através do Espírito e nós não o fazemos conhecido a muitos. O Senhor quer curar, abraçar, tratar, consolar, levantar, servir, ajudar a todos os que precisam. Mas faltam mãos, pés, olhos, bocas, ouvidos, corações, pessoas. Ele se manifestou e veio ao mundo. Quando o Filho esteve na Terra sua missão era nos mostrar o caminho ao Pai. Agora que temos O Caminho, porque Jesus é O caminho, devemos levar os outros a Jesus. Como crerão que nós dizemos a verdade? Eles saberão através do amor que tivermos uns pelos outros. Imagine como seria se cada “cristão” assumisse o ministério de Jesus. O mundo viveria uma revolução. E eu creio que existem muitos cristãos que se parecem com Cristo, que doaram suas vidas a causa de Cristo – e não falo só dos missionários, pois missionários todos nós devemos ser. Existem homens e mulheres que morreram, e outros que ainda vivem, fazendo nada mais do que aquilo que o Senhor Jesus fazia: servir! E eu? Eu não sei ainda o que é servir, o que é doar. Sei o que é pedir, exigir, sei teorizar e não sei praticar. Sei falar de Jesus, mas falo pouco como Jesus falou. Digo; “Jesus, tu és meu Senhor!”, mas sirvo tão pouco a Ele. O Espírito continua dizendo que a seara é grande, mas poucos são os obreiros. Há muito trabalho, mas são poucos trabalhadores disponíveis. Como assim Hudson? – você pergunta – Afinal, existem milhões de cristãos espalhados pelo mundo. Sim, e eu sou um deles. Mas nós “cristãos” andamos muitos ocupados com nossos “ministérios” e rejeitamos o ministério de Cristo. Pois o ministério de Jesus não é lucrativo, ao contrário, nos causa alguns prejuízos. O ministério de Cristo não traz status, ao invés disso, traz-nos a perseguição, desprezo e ódio. O ministério de Cristo não nos dá conforto, luxo e vaidades, quando nosso irmão – e chamo de irmão todo ser humano – não pode ter aquilo que temos. Quão árduo é servir ao Senhor, mas quão compensador nos é.

A principal diferença do ministério de Cristo para os nossos “ministérios” é que o Dele é eterno. O nosso logo passa. Mas o dele é para todo sempre. Quem assume o ministério de Cristo não está fadado a morrer neste mundo de aflições e ser esquecido. O Senhor nos dará galardão segundo as nossas boas obras. Como será esse galardão? Ainda não sei. Mas estou certo de que é infinitamente maior do que o que chamo de salário.

Se o Senhor Jesus é de fato o meu Senhor, preciso repensar meu ministério e fazê-lo ser o mais parecido possível com o Dele. Até que um dia eu consiga assumir o Dele e viver como Ele viveu, andar como Ele andou e fazer coisas maiores que as que Ele fez.


Hudson, que nada sabe sobre o serviço. Que precisa viver o ministério de Cristo.